A homenagem que se presta ao eminente jurista Kiyoshi Harada é justíssima, pois é dedicada a um dos mais brilhantes humanistas do país na atualidade.
A formação do Bacharel em Direito no país, nos séculos XIX e XX, sempre foi caracterizada pela abrangência cultural, sendo de todos os profissionais com títulos universitários aquele que com maior facilidade atingia uma concepção universal do conhecimento, pois seus caminhos eram abertos a todas as Ciências Sociais.
Kiyoshi Harada é, fundamentalmente, um humanista com duas paixões a que se dedicou toda a vida, ou seja, o Direito e a cultura japonesa.
Conheço-o há décadas e tenho mais de uma dezena de livros publicados com ele e, nesses anos, todos sempre eu o vi como um foco gerador de Cultura jurídica e universal.
Como jurista, a série de livros que escreveu, alguns com mais de uma dezena de edições, demonstra sua respeitabilidade e a admiração que os seus colegas lhe têm. É um dos maiores tributaristas brasileiros, navegando, sem dificuldade, por outras áreas do universo jurídico.
Como humanista tem se dedicado a difundir a cultura de seu povo no Brasil, com inúmeras obras elaboradas a respeito da influência da cultura do Japão na gente brasileira. Eu mesmo, admirador que sou da civilização de seus ancestrais, tendo sido um dos primeiros ”shodans” no Karate-do, pois aluno do Sensei Akamine, que introduziu o estilo “Goju-ryu” entre nós, na década de 1960, além de admirador da história, da filosofia e das artes nipônicas, tenho participado de algumas de suas publicações sobre o país do Sol Nascente. Talvez, hoje, sou um dos que mais publicaram entre os poetas da Geração de 45 a extraordinária forma de síntese lírica e filosófica, verdadeira fotografia de instantes poéticos, que é o haicai.
O brilho de todos os autores que participam desta obra, todos de renome nacional e internacional, torna mais valiosa esta homenagem ao jurista, sempre abordando temas de relevância no direito público contemporâneo, o que torna o livro de importância inquestionável para historiografia jurídica nacional.
Todos os autores, dos quais me excepciono, tem uma trajetória de tal relevância no direito brasileiro, o que valoriza sobremaneira este livro.
Dessa forma, neste breve prefácio ao fundador do Ibedaft, ao Conselheiro do Conselho Superior de Direito da Fecomércio – SP, ao acadêmico da Academia Paulista de Letras Jurídicas, ao eminente professor de direito do Centro de Extensão Universitária e conferencista em universidades do país e do exterior, ao jurista e humanista, quero deixar os cumprimentos de todos os autores e de toda a comunidade jurídica brasileira aqui representada pelo muito que tem contribuído para a evolução do direito público no país. Parabéns, pois, à editora, visto que propicia aos operadores de direito de todo o Brasil o acesso a estudos de tal relevância e ao homenageado, que é merecedor deste reconhecimento, por sua estupenda obra, no curso de mais de meio século de dedicação ao Direito e à cultura no Brasil.
Ives Gandra Da Silva Martins
