A Revolução Industrial 4.0 é marcada por um conjunto de tecnologias desenvolvidas no contexto da revolução digital, tendo como aspectos marcantes a automatização e a integração entre os mundos físico e digital. Mensurar a sua influência na forma como vivemos e nos relacionamos ainda é uma tarefa difícil. Como todo fenômeno em andamento, o observador inserido no turbilhão de mudanças, por vezes, não consegue ter uma visão panorâmica da amplitude dos efeitos causados pelo fenômeno observado, tendo que começar a desvendar o “quebra-cabeça peça por peça”.
O objetivo dessa obra é unir artigos de grande relevância, a maior parte publicados em revistas científicas de grande impacto, que começaram a tatear aspectos jurídicos específicos desse fenômeno amplo e complexo. O foco temático se volta para duas tecnologias disruptivas que marcam o objeto de estudo: o blockchain e a inteligência artificial. O primeiro foi responsável pelo surgimento das criptomoedas e hoje impacta uma imensa diversidade de áreas, como a do meio ambiente, alimentação, saúde, indústria, serviços, jurídica, dentre inúmeras outras. A segunda também impacta uma gama imensa de relações humanas e já se faz presente no Poder Judiciário, na robótica, na tomada de decisão de grandes empresas e de Governos, sem prejuízo, também, de muitos outros setores afetados.
O objetivo dos autores é fazer com que o leitor conclua a leitura da obra familiarizado com as principais ideias por trás dessas duas importantes tecnologias da Revolução Industrial 4.0 e reflita sobre alguns importantes desdobramentos jurídicos derivados delas, como o uso do blockchain como meio de prova no processo civil brasileiro, os desafios regulatórios e fiscais das criptomoedas, as implicações que a Lei Geral de Proteção de Dados pode trazer para a tecnologia blockchain, sobretudo com relação à guarda de dados médicos, os aspectos éticos e morais da tomada de decisão de robôs guiados pela inteligência artificial, a maximização do modelo de precedentes judiciais e de causas repetitivas com a inserção de sistemas de inteligência artificial e os dilemas morais e jurídicos trazidos pela inteligência artificial. Por fim, espera-se que algumas peças desse quebra-cabeça sejam colocadas na mesa para, no futuro, termos uma melhor dimensão da figura completa.
