“Quando pensamos a realização de uma sessão científica anual sobre pesquisa negra contemporânea no âmbito do projeto permanente Jornada do Novembro Negro da UFSB, tínhamos como objetivo estimular a produção científica no campo do Ensino e das Relações Étnico-Raciais e converter esse espaço num âmbito para visibilização e debate sobre a produção intelectual dos discentes e docentes do PPGER e da UFSB e parceiros do território Sul da Bahia.
Em dois anos da iniciativa, realizamos dois encontros: o primeiro foi o I Colóquio de Pesquisa Negra Contemporânea, cujo tema foi “Pensamento Negro Insurgente” , em que foram discutidos trabalhos científicos sobre diversos temas relevantes, como Educação Antirracista; comunicação, linguagens comunicacionais e branquitude; feminismos negros e sexualidades dissidentes; história da África, imperialismos e de(s)colonizações; relações étnico-raciais na BNCC; literatura, arte e performances negras; ancestralidade, religião e religiosidade. O evento presencial, realizado em 2019, contou com o envio de 61 resumos científicos e apresentação oral de 32 trabalhos, registados em respectivos anais.
O segundo encontro foi o II Colóquio de Pesquisa Negra Contemporânea realizado em parceria com o Coletivo Dandaras, cujo tema foi “Enegrecendo a Academia e as Artes”, que teve como resultado o objeto do presente livro que temos a alegria de prefaciar. Essa segunda edição do Colóquio de Pesquisa Negra Contemporânea ocorreu em 2020, de forma totalmente remota em razão da pandemia do COVID-19. Ele foi desenvolvido por meio de quatro Grupos de Trabalhos: racismo epistêmico, Epistemologias do Sul e Afrocentradas; educação antirracista: abordagens teóricas e práticas insurgentes; Enegrecendo a Academia através das artes; e feminismos negros e corpos dissidentes e contou com a apresentação oral de 34 trabalhos, também registrados em anais.
Com o presente livro, festejamos dois acontecimentos: a parceria com o Coletivo Dandaras e a publicação em ebook de textos selecionados decorrentes do II Colóquio de Pesquisa Negra Contemporânea. O livro espelha uma pequena parte desse desejo inicial de projetar as produções intelectuais que questionam o epistemícidio, o eurocentrismo, o racismo e o patriarcado e nos dá senhas para uma educação antirracista e pluriepistêmica que permita a coexistência de diversas formas de saber. Boa leitura”!
Maria do Carmo Rebouças dos Santos